INTERVENÇÃO URBANA - "LEMBRETE DO HABITAR"
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa teórica e poética realizada para a disciplina de "Projetos Avançados Espaço, Tempo e Forma 2 - Estéticas Urbanas: Propostas para um novo humanismo", com relação às estéticas presentes no espaço urbano e sua íntima relação histórica e filosófica com os indivíduos e a natureza. Ainda seguindo a lógica iniciada ao longo da PA Espaço, Tempo e Forma 1 - Casa (Vi)vida: uma fenomenologia da casa como lugar geográfico, minha pesquisa teórica, prática e poética abrange os campos da subjetividade/espaço/paisagem, investigando a questão do (des)habitar no contexto da cidade e do meio ambiente.
Desse modo, como uma continuação da série "Paisagens Esquecidas das Relações (in)existentes" pertencente ao trabalho "(DES)HABITO: PAISAGENS E MEMÓRIAS", foi realizada uma intervenção urbana em meu bairro, Bom Retiro - Curitiba/PR, no mesmo local onde foi tirada uma das fotografias pertencentes à série anteriormente citada, que também serviu como base para a pintura com tinta acrílica em tecido voil branco/transparente. Se inicialmente a ideia era transmitir uma ambiguidade com o efeito claro das imagens, característica responsável pela sensação de unidade e mescla entre os elementos concretos e naturais, agora as linhas e formas melhor delimitadas das árvores na pintura e a transparência do tecido apresentam uma metalinguagem com a cena real, uma vez que a produção tridimensional se sobrepõe à arquitetura como instrumento para expor essa relação, porém não a cobre nem destaca completamente.
Com o sopro do vento o pano é levantado, possibilitando a visão da arquitetura ao fundo de modo a demonstrar, de forma poética, a fluidez e a fragilidade com que ocorre os passos dados pela natureza na luta pela sua plena existência. Além disso, a posição estratégica da produção chama a atenção do observador, que dá uma pausa em sua rotina acelerada e passa a contemplar as árvores, galhos, folhas, cheiros e sons de forma dupla: com a representação gráfica e a paisagem natural. Com esse movimento físico, metafórico e poético, ocorre um "Lembrete do Habitar" por parte da natureza, que relembra e celebra sua vida e força que atravessa, circunda, rasga e abraça a cidade contemporânea.





