O primeiro módulo "Eu, que moro aqui" de experimentações, e seus exercícios Retrato cego pessoal e Retrato cego de um colega, acarretou um olhar para o interior psíquico e para a alteridade, na exploração de questões como identidade, autoimagem e autopercepção. A produção de retratos próprios e de colegas da turma de Projetos Avançados pareceu, à primeira vista, uma atividade simples, porém, promoveu uma viagem à dimensão psicológica mais profunda, em relação a questões individuais e sociais, a partir de possíveis relações físicas e metafóricas com o outro. O corpo e a mente, portanto, foram o ponto de partida desses exercícios. Ao ler outra proposta de exercício sugerido pela professora Tânia Bloomfield, O corpo no corpo da casa, subordinado ao módulo “Eu, que moro aqui”, que consistia em colocar o corpo em uma relação física com a casa, fiquei instigada. Como evidenciar a intimidade que estabeleço com a casa por meio de fotografias? Naquele momento, decidi procurar meios de explorar o aspecto simbiótico com que meu corpo habita o corpo da casa e como o corpo dela me habita. Nas fotografias produzidas, graças ao uso da manipulação digital, os contornos das formas destacaram-se e, ao mesmo tempo, confundiram-se e misturaram os elementos capturados nas imagens, como se o meu corpo e o corpo da casa tivessem se fundido em um só corpo.